Liderança e Motivação de Equipas
Liderança e Motivação de Equipas
A teoria clássica não se
preocupou com a liderança e suas implicações. Os autores clássicos apenas se
referiram superficialmente à liderança pois ela não chegou a constituir um
assunto de interesse. A teoria das relações humanas constatou a influencia da
liderança sobre o comportamento das pessoas. Enquanto a teoria clássica
enfatizava a autoridade formal – considerando apenas a chefia nos níveis
hierárquicos superiores sobre os níveis inferiores nos aspectos relacionados
com as actividades do cargo.
A palavra liderar tem origem no
verbo inglês to lead, que significa conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir,
encaminhar, encabeçar, entre outros.
Durante muitos anos a liderança
foi estudada e entendida como um traço de personalidade que dependia das
características pessoais e inatas do indivíduo, actualmente, percebemos que uma
atitude de liderança depende da aprendizagem social do indivíduo e, por isso
mesmo, pode ser treinada/aperfeiçoada. A liderança está intimamente relacionada
com as competências de comunicação e de transmissão de ideias.
Apresentaremos a diante as três
principais teorias da liderança, em que a primeira é nos dias de hoje
considerada obsoleta e outras duas as mais actuantes.
Conceito de Liderança
Existem diversos conceitos de
liderança, mas todos os conceitos apresentados sobre liderança apresentam um
ponto em comum, a capacidade de influenciar as pessoas para um determinado
objetivo.
A liderança é necessária em todos
os tipos de organizações humanas, seja das empresas, seja em cada um de seus
departamentos. Ela é essencial em todas as funções da Administração: o
administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas,
isto é, liderar. Para os humanistas, a liderança pode ser visualizada sob
diversos ângulos, a saber:
Liderança como um fenómeno de
influência interpessoal
Liderança é a influência
interpessoal exercida em uma situação e dirigida por meio do processo da
comunicação humana para a consecução de um ou mais ojectivos específicos. A
liderança ocorre como um fenômeno social e exclusivamente nos grupos sociais.
Ela é decorrente dos relacionamentos entre as pessoas em uma determinada
estrutura social.
A influência significa uma força
psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a
modificar o comportamento de outra de modo intencional.
A influência envolve conceitos
como poder e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se provocam mudanças
no comportamento de pessoas ou de grupos sociais.
O controle representa as
tentativas de influência bem-sucessedidas, isto é, que produzem as
consequências desejadas pelo agente influenciador.
O poder significa um potencial de
influência de uma pessoa sobre outras; é a capacidade de exercer influência,
embora isso signifique que essa influência seja realmente exercida. O poder é
um potencial influenciador que pode ou não ser realizado.
A autoridade (o conceito mais restrito desses todos) é o
poder legítimo, isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu papel ou
posição em uma estrutura organizacional. É, portanto, o poder legal e
socialmente aceito.
Liderança como um processo de redução da incerteza de um
grupo
O grau em que um individuo demonstra qualidade de
liderança depende não somente de suas próprias características pessoais, mas
também das características da situação na qual se encontra.
Liderança é um processo contínuo de escolhas que permite
que a empresa caminhe em direcção a sua meta, apesar de todas as perturbações
internas e externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa que pode lhe
dar maior assistência e orientação (que defina ou ajude o grupo a escolher os
rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus
objectivos. O líder deve assumir o papel de tomador de decisões e ajudar o
grupo a tomar decisões adequadas.
Liderança como uma relação funcional entre líder e
subordinados.
Liderança é uma função das necessidades existentes em uma
determinada situação e consiste em uma relação entre um indivíduo e um grupo. A
relação entre líder e subordinados repousa em três generalizações:
a. A
vida para cada pessoa pode ser vista como uma contínua luta para satisfazer
necessidades, aliviar tensões e manter equilíbrio.
b. A
maior parte das necessidades individuais, em nossa cultura, é satisfeita por
meio de relações com outras pessoas e grupos sociais.
c. Para
a pessoa, o processo de se relacionar com outras pessoas é um processo ativo e
não passivo – de satisfazer necessidades.
Assim, o líder surge como um meio para a consecução dos
objectivos desejados por um grupo. O líder é um estrategista que sabe indicar
os rumos para as pessoas.
Liderança como um processo em função do líder, dos
seguidores e de variáveis da situação.
Liderança é o processo de exercer influência sobre pessoas
ou grupos nos esforços para a realização de objectivos em uma determinada
situação. A liderança depende de variáveis no líder (l), nos subordinados (s) e
na situação (v). Ela pode ser definida pela equação:
L = f(l, s, v).
A liderança existe em função das necessidades existentes
em determinada situação, ou seja, da conjugação de características pessoais do
líder, dos subordinados e da situação que os envolve. Trata-se de uma abordagem
situacional que veremos mais adiante. O líder é a pessoa que sabe conjugar e
ajustar todas essas características.
Liderança
"É a habilidade de influenciar pessoas para
trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como
sendo para o bem comum" (James C. Hunter)
" Capacidade de exercer influência sobre um indivíduo
ou grupo para alcance de determinado objetivo em determinada situação"
(Vergara)
“É como uma influência interpessoal exercida em uma dada
Situação e dirigida pelo processo de comunicação humana para consecução de um
ou mais objetivos específicos” (Chiavenato)
É um processo de
influência e de desempenho de uma função grupal orientada para a consecução de
resultados, aceites pelos membros dos grupos. Liderar é pilotar a equipa, o
grupo, a reunião; é prever, decidir, organizar (Parreira, 2000);
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TEORIAS SOBRE
LIDERANÇA |
A liderança constitui um dos temas mais pesquisados e
estudados nas últimas décadas. As teorias sobre liderança que foram
apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos.
Cada um desses grupos de teorias apresenta características próprias:
Maneiras e estilos de se comportar adoptados pelo líder.
Teorias Situacionais de •Adequação do comportamento do líder às circunstâncias da situação.
TEORIA DE TRAÇOS DE
PERSONALIDADE
São as teorias mais antigas a respeito da liderança.
Um traço é uma qualidade ou características distintivas da
personalidade. Segundo essas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços
específicos de personalidade que o distingue das demais pessoas. O líder
apresenta características marcantes de personalidade por meio das quais pode
influenciar o comportamento das demais pessoas. Cada autor especifica alguns
traços característicos de personalidade que definem o líder:
1. Traços
físicos: como energia, aparência pessoal, estatura e peso.
2. Traços
intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e
autoconfiança.
3. Traços
sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade
administrativa.
4. Traços
relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e
iniciativa.
Em resumo, um líder deve inspirar confiança, ser
inteligente, perceptivo e decisivo para ter condições de liderar com sucesso.
Principais Críticas
1. Não
ponderam a importância relativa de cada uma das várias características e traços
de personalidade que realçam os aspectos da liderança: nem todos os traços são
igualmente importantes na definição de um líder, pois alguns deveriam ter maior
realce do que outros.
2. As
teorias dos traços ignoram a influência e a reação dos subordinados. A pergunta
que paira no ar é: um indivíduo pode ser líder para todo e qualquer tipo de
subordinado ou grupo social?
3. Essas
teorias não fazem distinção entre os traços válidos quanto ao alcance de
diferentes tipos de objectivos a serem alcançados. Em certas missões, alguns
traços de personalidade são mais importantes do que outros: uma missão militar
de guerra exige certos traços de um líder, enquanto uma missão religiosa ou
filantrópica exige outros diferentes.
4. As
teorias dos traços ignoram a situação em que a liderança se efectiva. Nas
organizações existem diferentes situações que exigem características diferentes
dos líderes. Uma situação de emergência exige um tipo de comportamento do
líder, enquanto uma situação de estabilidade e calma exige outras
características diferentes.
5. Dentro
dessa abordagem simplista, uma pessoa dotada de traços de liderança é sempre
líder durante todo o tempo e em toda e qualquer situação, o que não ocorre na
realidade. Um individuo pode ser líder inconteste na secção onde trabalha e o
último a dar palpites em seu lar.
TEORIA COMPORTAMENTAL –
ESTILOS DE LIDERANÇA
São teorias que estudam a liderança em termos de estilos
teorias de comportamento do líder em relação aos seus subordinados. Enquanto a
abordagem dos traços se refere àquilo que o líder é, a abordagem dos estilos de
liderança se refere àquilo que o líder faz, isto é, o seu estilo de
comportamento para liderar.
A teoria mais conhecida refere-se a três estilos de
liderança: autoritária, liberal e democrática. White e Lippitt17 fizeram uma pesquisa para analisar o
impacto provocado por três diferentes estilos de liderança em meninos
orientados para a execução de tarefas. Os meninos foram divididos em quatro
grupos e a cada seis semanas a direção de cada grupo era desenvolvida por
líderes que utilizavam três estilos diferentes: a liderança autocrática, a
liberal (Laissezfaire) e a
democrática.
1. Liderança autocrática. O líder
centraliza as decisões e impõe suas ordens ao grupo. O comportamento dos grupos
mostrou forte tensão, frustração e agressividade, de um lado, e de outro,
nenhuma espontaneidade, nem iniciativa, nem formação de grupos de amizade.
Embora aparentemente gostassem das tarefas, não demonstraram satisfação em
relação à situação. O trabalho somente se desenvolvia com a presença física do
líder. Quando ele se ausentava, as atividades paravam e os grupos expandiam
seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de indisciplina e
agressividade.
2. Liderança liberal. O líder delega
totalmente as decisões ao grupo e deixa-o completamente à vontade e sem
controle algum. Embora atividade dos grupos fosse intensa, a produção foi
medíocre. As tarefas se desenvolviam ao acaso, com muitas oscilações,
perdendo-se tempo com discussões por motivos pessoais e não relacionados com o
trabalho. Notou-se forte individualismo agressivo e pouco respeito ao líder.
3. Liderança democrática. O líder conduz e
orienta o grupo e incentiva a participação democrática das pessoas. Houve
formação de grupos de amizade e relacionamentos cordiais entre os meninos.
Líder e subordinados desenvolveram comunicações espontâneas, francas e
cordiais. O trabalho mostrou um ritmo suave e seguro, sem alterações, mesmo
quando o líder se ausentava. Houve um nítido sentido de responsabilidade e
comprometimento pessoal além de uma impressionante integração grupal dentro de
um clima de satisfação.
Os grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram
maior quantidade de trabalho produzidos. Sob a liderança liberal não se saíram
bem quanto à quantidade e qualidade. Com a liderança democrática, os grupos
apresentaram um nível quantitativo de produção equivalente à liderança
autocráticas, com uma qualidade de trabalho surpreendentemente superior.
Na prática, o líder utiliza os três processos de
liderança, de acordo com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser
executada. O líder tanto manda cumprir ordens, como consulta os subordinados
antes de tomar uma decisão, como sugere a maneira de realizar certas tarefas:
ele utiliza a liderança autocrática, democrática e liberal. O desafio da
liderança é saber quando aplicar qual estilos, com quem e em que circunstancias
e atividades.
ESTILOS DE LIDERANÇA, ADAPTADO DE CHAVIENATO (2011)
Factores que afectam a escolha do estilo de liderança nas empresas
Aparentemente a conclusão seria de que os gestores decidem
logicamente que estilo de liderança adoptar, algumas vezes mudando de estilo
para se adaptarem a diferentes situações. Mas a verdade é que mesmo quando a
situação que o líder enfrenta é perfeitamente conhecida, a escolha do estilo
apropriado nem sempre é óbvia. Na prática, podemos considerar cinco factores ou
condicionantes importante que geralmente na base da escolha do estilo de
liderança a adoptar por gestor: os que se relacionam com o gestor, os relativos
aos subordinados, os que se referem à situação em presença, a que há que juntar
as características da organização e as do ambiente externo.
TEORIA
DAS NECESSIDADES DE MASLOW
Maslow apresentou uma teoria da motivação segundo a qual
as necessidades humanas são organizadas e dispostas em níveis, em uma
hierarquia de importância e de influenciação. Essa hierarquia de necessidades
pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as
necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades
mais elevadas (as necessidades de autorrealização).
1. Necessidades
fisiológicas. Constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas,
mas de vital importância. Nesse nível estão as necessidades de alimentação
(fome e sede), de sono e repouso (cansaço), de abrigo (frio ou calor), o desejo
sexual etc. As necessidades fisiológicas estão relacionadas com a sobrevivência
do individuo. São as mais prementes de todas as necessidades humanas; quando
algumas dessas necessidades não está satisfeita, ela domina a direcção do
comportamento.
2. Necessidades
de segurança. Constituem o segundo nível das necessidades humanas. São
necessidades de segurança, estabilidade, busca de proteção contra ameaça ou
privação e fuga do perigo. Surgem no comportamento quando as necessidades
fisiológicas estão relativamente satisfeitas.
As necessidades de segurança têm grande importância no
comportamento humano, uma vez que todo empregado está sempre em relação de
dependência com a empresa, na qual acções administrativas arbitrárias ou
decisões incoerentes podem provocar incerteza ou insegurança no empregado quanto
à sua permanência no emprego. Se essas acções ou decisões refletem
discriminação ou favoritismo ou alguma política administrativa imprevisível,
podem tornar-se poderosos activadores de insegurança em todos os níveis
hierárquicos da empresa.
3. Necessidades
sociais. Surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas
(fisiológicas e de segurança) encontram-se relativamente satisfeitas. Dentre as
necessidades sociais estão a necessidade de associação, de participação, de
aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afecto e de amor.
Quando as necessidades sociais não estão suficientemente satisfeitas, o
individuo torna-se resistente, antagónico e hostil em relação às pessoas que o
cercam. Dar e receber afecto são importantes forças motivadoras do
comportamento humano.
4. Necessidades
de estima. São as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o individuo
se vê e se avalia. Envolvem a autoapreciação, a autoconfiança, as necessidades
de aprovação social e de respeito, de status, de prestígio e de consideração.
Incluem ainda o desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo,
independência e autonomia. A satisfação das necessidades de estima conduz a
sentimentos de autoconfiança, de valor, força, prestígio, poder, capacidade e
utilidade. A sua frustração pode produzir sentimentos de inferioridade,
fraqueza, dependência e desamparo que, por sua vez, podem levar ao desânimo ou
a actividades compensatórias.
5. Necessidades
de autorrealização. São as necessidades humanas mais elevadas e que estão no
topo da hierarquia. Estão relacionadas com a realização do próprio potencial e
autodesenvolvimento continuo. Essa tendência se expressa por meio do impulso
que a pessoa tem para tornar-se sempre mais do que é e o de vir a ser tudo o
que poder ser.
As necessidades humanas assumem formas e expressões que
variam conforme o individuo. A intensidade das necessidades e sua manifestação
são variadas e obedecem às diferenças individuais entre as pessoas.
TEORIA
MOTIVACIONAL DOS DOIS FACTORES: FREDERICK HERZBERG
Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois factores
para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para ele
existem dois factores que orientam o comportamento das pessoas:
Factores higiénicos
– ou factores extrínsecos – pois estão localizados no ambiente que rodeia as
pessoas e abrangem as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho.
Como essas condições são administradas e decididas pela empresa, os factores higiénicos
estão fora do controle das pessoas.
Tradicionalmente apenas os factores higiénicos eram utilizados na motivação dos empregados: o trabalho era considerado uma actividade desagradável e, para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário o apelo para prémios e incentivos salariais, supervisão, políticas empresariais abertas e estimuladoras, isto é, incentivos situados externamente ao individuo em troca do seu trabalho.
Os factores higiénicos e motivacionais são independentes e não se vinculam entre si. Os factores responsáveis pela satisfação profissional das pessoas são totalmente desligados e distintos dos factores responsáveis pela insatisfação profissional. O oposto da satisfação profissional não é a insatisfação, mas ausência de satisfação profissional. Também o oposto da insatisfação profissional é a ausência dela e não a satisfação.
A teoria dos dois factores de Herzberg pressupõe os
seguintes aspectos:
• A
satisfação no cargo depende dos factores motivacionais ou satisfacientes. O
conteúdo ou actividades desafiantes e estimulantes do cargo desempenhado pela
pessoa.
• A
insatisfação no cargo depende dos factores higiénicos ou insatisfacientes. O
ambiente de trabalho, salário, benefícios recebidos, supervisão, colegas e
contexto geral que envolve o cargo ocupado.
1.2.3 FACTORES MOTIVACIONAIS
SEGUNDO DAVID MECLELLAND
Uma outra teoria sobre as necessidades humanas para
explicar a motivação foi desenvolvida, nos anos 60, por David McClelland. Este pôs em destaque as necessidades
adquiridas, isto é, as necessidades que as pessoas desenvolvem através da sua
experiência, ao longo da sua vida, ou seja, as necessidades adquiridas
socialmente à medida que interagem com o seu ambiente.
McClelland defende que de entre as necessidades que as
pessoas desenvolvem ao longo das suas vidas, há três que assumem particular
importância:
• Necessidade
de realização,
que traduz o desejo de atingir objectivos que signifiquem um desafio, de fazer
algo melhor ou com mais eficiência do que já foi feito antes;
• Necessidade
de poder,
ou seja, o desejo de controlar, influenciar ou ser responsável pelo desempenho
de outros;
• Necessidade
de afiliação,
isto é, o desejo de manter relações pessoais estreitas e amigáveis.
Segundo McClelland, embora em graus diferentes, todas as
pessoas possuem estes três tipos de necessidades. Contudo, uma delas
prevalecerá em cada individuo, será mais característica numa pessoa do que as
outras duas.
McClelland refere que alguns homens de negócios têm
necessidade de realização tão intensa, que é mais motivadora do que uma questão
de proveitos (salariais, por exemplo). Para maximizar a sua satisfação, tendem
a definir para si próprios objectivos que impliquem um elevado grau de
dificuldades na sua concretização.
As pessoas com elevada necessidade de poder são fortemente
motivadas para influenciar outras pessoas e responsabilizar-se pelo
comportamento dos subordinados. Quando desempenham funções de gestão, sentem-se
à vontade em situações complexas e no seu papel de tomar decisões de risco.
Os gestores com elevada necessidade de afiliação tendem
por outro lado, adoptar um estilo de gestão colaborativa em que o trabalho de
equipa tem um papel importante.
Num estudo feito com base na actuação de mais de
quinhentos gestores, McClelland concluiu que os gestores mais eficazes têm uma
grande necessidade de poder, uma necessidade mais moderada de realização e uma
menor necessidade de relacionamento amigável.
1.2.4 TEORIA X E Y DE MCGREGOR
McGregor compara dois estilos opostos e antagónicos de
administrar: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e
pragmática (a que deu o nome de Teoria X), e, de outro, um estilo baseado nas
concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que denominou Teoria
Y).
Teoria X
É a concepção tradicional de administração e baseia-se em
convicções errôneas e incorretas sobre o comportamento humano, a saber:
• As
pessoas são indolentes e preguiçosas por natureza: elas evitam o trabalho ou
trabalham o mínimo possível, em troca de recompensas salariais ou materiais.
• Falta-lhes
ambição: não gostam de assumir responsabilidades e preferem ser dirigidas e
sentir-se seguras nessa dependência. O homem é basicamente egocêntrico e seus
objectivos pessoais opõem-se, em geral, aos objectivos da organização.
• A
sua própria natureza leva-as a resistir às mudanças, pois procuram sua
segurança e pretendem não assumir riscos que as ponham em perigo.
• A
sua dependência torna-as incapazes de autocontrole e autodisciplina: elas
precisam ser dirigidas e controladas pela administração.
Essas concepções e premissas a respeito da natureza humana
formam a Teoria X, que reflete um estilo de administração duro, rígido e
autocrático e que faz as pessoas trabalharem dentro de esquemas e padrões
planeados e organizados, tendo em vista o alcance dos objectivos da
organização. As pessoas são visualizadas como meros recursos ou meios de
produção.
A Teoria X força as pessoas a fazerem exatamente aquilo
que a organização pretende que elas façam, independentemente de suas opiniões
ou objectivos pessoais. Quando um gestor impõe arbitrariamente e de cima para
baixo um esquema de trabalho e passa a controlar o comportamento dos subordinados,
ele estará fazendo Teoria X.
Teoria Y
É a moderna concepção de administração de acordo com a
Teoria Comportamental. A teoria Y baseia-se em concepções e premissas actuais e
sem preconceitos a respeito da natureza humana, a saber:
• As
pessoas não têm desprazer inerente em trabalhar. Dependendo de certas
condições, o trabalho pode ser uma fonte de satisfação e recompensa (quando é
voluntariamente desempenhado) ou uma fonte de punição (quando é evitado sempre
que possível). A aplicação do esforço físico ou mental em um trabalho é tão
natural quanto jogar ou descansar.
• As
pessoas não são, por sua natureza intrínseca, passivas ou resistentes às
necessidades da empresa: elas podem tornar-se assim, como resultado de sua
experiência negativa em outras empresas.
• As
pessoas têm motivação, potencial de desenvolvimento, padrões de comportamento
adequados e capacidade para assumir responsabilidades. O funcionário deve
exercitar autodirecção e autocontrole a serviço dos objectivos que lhe são confiados
pela empresa. O controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios
de obter a dedicação e esforço de alcançar os objectivos.
• O
homem médio aprende sob certas condições a aceitar, mas também a procurar
responsabilidade. A fuga à responsabilidade, a falta de ambição e a preocupação
exagerada com a segurança pessoal são consequências da experiência
insatisfatória de cada pessoa, e não uma característica humana inerente a todas
as pessoas. Tal comportamento não é causa: é efeito de experiências negativas
em alguma empresa.
• A
capacidade de alto grau de imaginação e de criatividade na solução de problemas
empresariais e amplamente – e não escassamente – distribuída entre as pessoas.
Na vida moderna, as potencialidades intelectuais das pessoas são apenas
parcialmente utilizadas.
Em função dessas concepções e premissas a respeito da natureza humana, a
Teoria Y mostra um estilo de administração aberto, dinâmico e democrático, por
meio do qual administrar torna-se um processo de criar oportunidades, liberar
potenciais, remover obstáculos, encorajar o crescimento individual e
proporcionar orientação quanto a objectivos
Não existe um modelo único de liderança.
ResponderEliminarÉ necessário um mix no estilo de liderança tendo em conta o contexto.
Meu copiaste muita coisa....
EliminarVocês não gostam de ler ma zé.
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